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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Menu Mitologia Grega: Dactilus, os criadores dos Jogos Olímpicos

DACTILUS, os criadores dos Jogos Olímpicos 




Segundo a Mitologia Grega, nas encostas do Monte Ida, a montanha mais alta de Creta, moravam Hekaterus - o deus das mãos e sua esposa Ankhiale -  deusa do calor do fogo, irmã de Prometeu que roubou o fogo para dar à humanidade. Hekaterus e Ankhiale representavam o poder das mãos para utilizar o fogo e eram os pais das 5 Hekaterides e dos 5 Dáctilus - os Dedos: Héracles de Ida (dedo polegar), Paeonaeus ou Aeonius (dedo indicador), Epimedes (dedo médio), Jasius (dedo anelar) e Idas ( dedo mindinho). 

Os Dactilus casaram com suas irmãs dando origem aos Curetes, Cabiros e Coribantes. Eles eram os antigos ferreiros que inventaram a arte de trabalhar os metais dando-lhes formas usando o fogo. Assim criaram a bigorna, o martelo, a espada e outras ferramentas. Também eram considerados curandeiros e feiticeiros. 

Dos Dactilus originaram todos os nomes das ciências e artes que tem como referência aos dedos, tal como a Dactilogia que é a arte de conversar por meio de sinais feitos com os dedos usada entre os surdos-mudos. Cientificamente os nossos dedos das mãos são chamados de Quirodactilos e Pododactilos os dedos dos pés. Em alguns mitos dizem que dos Dactilus vieram o ensino da metalurgia, matemática e alfabeto para os seres humanos.

Quando Zeus ainda era uma criança, Reia deixou-o aos cuidados dos dáctilos. Para que ninguém ouvisse os choros da criança e descobrisse o seu paradeiro, eles faziam barulho com suas lanças e escudos. E assim Zeus cresceu protegido da fúria de Cronos. Héracles de Ida, o mais velho dos Dáctilos, derrotou seus irmãos numa corrida e foi coroado com um ramo de oliveira, dando origem aos Jogos Olímpicos que passaram a ser dedicados a Zeus. 

Na antiguidade, os Jogos Olímpicos faziam parte de um festival religioso e atlético da Grécia Antiga, realizado a cada 4 anos no Templo de Olímpia em honra de Zeus. Situado na região ocidental do Peloponeso, o núcleo de Olímpia era o Áltis, um bosque sagrado. No centro do bosque ficava o templo em estilo dórico que tinha em seu interior uma colossal estátua de Zeus, que era considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Os gregos realizavam competições desde 2500 a.C., mas tradicionalmente considera-se o ano de 776 a.C. como a primeira edição dos Jogos Olímpicos. Os atletas e os treinadores chegavam a Élide com um mês de antecedência para poderem treinar sob supervisão dos juízes. Durante este período os atletas que não eram considerados aptos ou que não atendessem os critérios eram excluídos. Mas se algum juíz não fosse imparcial, era condenado a açoites em local público. Se fosse condenado por suborno, tinha seus bens sequestrados.

Muitos atletas pertenciam às classes mais favorecidas e iniciavam o treinamento ainda criança. Eles vinham de todas as partes do mundo grego, sendo vedado aos estrangeiros, mulheres e escravos a participação nos jogos e até mesmo assistir as competições. O campeão de vitórias entre os deuses foi Apolo, que venceu Hermes na corrida e Ares no pungilismo. Por este motivo, a flauta é tocada quando os competidores do pentatlo estão na prova de salto, pois a flauta é sagrada a Apolo. 

O pentatlo dos antigos Gregos era diferente do pentatlo moderno e consistia no arremeso do disco, do dardo, o salto em comprimento, a corrida de estádio semelhante aos 200 metros e a luta, que nasceu no Próximo Oriente tendo sido adaptada pelos Gregos e nomeado o deus Hermes como seu protetor.   

Na Grécia antiga, a prática do pugilato só permitia o uso dos punhos, por isso os competidores envolviam os dedos com tiras couro. Não existia distinção de tempo e nem categoria, apenas provas diferenciadas para homens adultos e rapazes. Na luta grega era necessário derrubar o adversário três vezes para ser vencedor. Os atletas se lambuzavam com azeite e a prova não tinha um tempo limite. Era permitido quebrar os dedos do adversário, mas não era permitido morder, atacar os olhos ou a região genital. 

O pancrácio era uma combinação da luta e do pugilato, resultando numa prova muito violenta em que os atletas podiam até mesmo morrer. A vitória ocorria quando um dos atletas já não conseguia continuar a lutar ou quando dava sinal de desistência. As competições de corridas consistiam em corridas no estádio, corrida com armas em que os atletas levavam seu capacete e escudo e corridas com as bigas ou quadrigas em volta do hipódromo. As corridas com cavalos não premiava o atleta, mas sim ao dono do cavalo. 

Os Jogos Olímpicos eram precedidos da cerimônia de juramento dos atletas e dos juízes perante a estátua de Zeus Korkios, o Zeus dos Juramentos, e diante da chama olímpica. Nos dias seguintes ocorriam consultas aos oráculos, palestras de filósofos, recitais de poesia, corridas, lutas, pentaclo, pugilato e pancrácio. Aos vencedores eram oferecidos hinos, festas e banquetes, que eram patrocinados com as carnes do sacrifício de 100 bois oferecidos ao Altar de Zeus. 

Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. O lema olímpico era "Citius, altius, fortius" ou "mais rápido, mais alto e mais forte". Mas no ano de 392 d.C. os Jogos Olímpicos e qualquer manifestação religiosa do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, depois que ele se converteu ao cristianismo. 

Em 1896 os Jogos Olímpicos foram retomados em Atenas e criado o símbolo da olimpíada com os 5 aros que representam os 5 continentes, tendo como lema a universalidade do espírito olímpico, ética e união através do esporte. Os Jogos Paraolímpicos tiveram início depois da Segunda Guerra Mundial, tendo por objetivo incluir as pessoas que tinham sofrido alguma deficiência física ou mental.

Na 1ª Olimpíada da Era Moderna participaram atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e, conforme a tradição dos Dactilus, com um ramo de oliveira. Dos Jogos Olímpicos podemos tirar uma lição de vida: o mais importante não é vencer, mas participar e usar talentos e habilidades para o bem. 

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