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terça-feira, 20 de junho de 2017

Menu Mitologia Egípcia: Cultos e Templos no Antigo Egito

CULTOS E TEMPLOS NO ANTIGO EGITO



Havia três modos de cultos no Egito antigo: oficial, popular e funerário. O culto oficial era realizado pelo faraó e pelo corpo de sacerdotes nos grandes templos e em diversas regiões do Egito. Era endereçado aos deuses do panteão egípcio. Os deuses locais tinham uma importância maior no culto. Dessa forma, na cidade de Mênfis, a tríade constituída pelo deus Ptah (deus dos artesãos, mas considerado criador nessa cidade), pela deusa Sekhmet (deusa solar de grande poder e responsável pelas doenças e pela cura) e pelo "filho" Nefertum deveria ter uma atenção maior. Já em Tebas, o deus Amon-Ra — visto aqui como um deus criador —, sua consorte, a deusa Mut (a mãe), e Khonsu, um deus de característica lunar, ganhariam mais destaque. Mas apenas poucas cidades tinham tríades divinas como essas. 

O culto era realizado diariamente por um grupo de sacerdotes que possuía funções específicas no decorrer da cerimônia, como preparar as oferendas, em boa parte alimentos, e o cuidado com os materiais ritualísticos, por exemplo, o que denota uma hierarquia no segmento sacerdotal. Nessa prática religiosa, o templo era o principal local e poderia servir tanto para o culto aos deuses quanto para o culto ao faraó (nos templos em memória do faraó falecido). 

O local tinha um tempo sagrado e tornava-se um espaço santo quando utilizado em rituais e festivais: representava o lugar e o momento em que os homens e os deuses uniam-se. Assim, aparecia de forma transparente num processo de comunicação, no qual seria afirmada a presença da divindade e a renovação dos compromissos entre divindade e homens e vice-versa. Desse modo, o monarca se tornaria representante e mediador da humanidade, reafirmando a vitória da existência sobre a não-existência (caos) e afastando tal inexistência para além das fronteiras do Egito. Por conseguinte, o espaço sagrado do templo poderia ser justificado através dos mitos cosmogônicos. 



O culto popular é mais difícil de ser identificado, já que esse segmento não deixou artefatos que perdurassem como os da realeza e da nobreza egípcia. De todo modo, podemos inferir que o culto era realizado no lar (toda casa tinha um nicho para a divindade) e em capelas nas cidades e pequenas localidades. Em alguns casos, como no culto ao faraó Amenhetep I, a projeção foi tal que um pequeno corpo sacerdotal foi constituído. O culto oficial e o popular se encontravam nos grandes festivais e procissões que aconteciam ao longo do ano egípcio. 

Nos festivais de caráter oficial, a barca que continha os deuses e possivelmente o faraó saía em procissão pelo Nilo. Em outros, uma divindade de um templo visitava outra. É o caso de Hathor de Dendera e Hórus de Edfu. Nessas festividades, a população tinha acesso à parte do cerimonial e aos mitos através de algum tipo de encenação, pois a esmagadora maioria não sabia ler. 
Por fim, existiam as práticas funerárias, que de um modo geral tinham a função de preparar a pessoa para a outra vida. 

Quanto mais abastado fosse o egípcio mais complexo seria seu funeral. Aquele desprovido de recursos infelizmente não deixou vestígios claros e não temos como saber ao certo que tipo de rito era praticado no sepultamento. Todavia, por mais pobre que fosse, é provável que um simples culto e funeral se realizasse para que ele pudesse também chegar ao reino de Osíris. 




De um modo geral, o ato funerário envolvia o processo de mumificação, a tumba, o enxoval funerário e ritos como o da abertura da boca. Dessa forma, passando pelo julgamento, o morto, agora justo de fala e ações (maak-kheru), seria suprido das coisas boas desta vida na vida após a morte. Estaria com os deuses, poderia visitar sua tumba e receber a energia vital (Ka) das oferendas.

Fonte: As Religiões que o Mundo Esqueceu - Como Egípcios, Gregos, Celtas, Astecas e Outros Povos Cultuavam seus Deuses. Pedro Paulo Funari (Org.), 2012.

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